Matrículas Abertas

Matrículas Abertas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO NA CULTURA DIGITAL
UFSC/MEC/SED-SC/UNDIME


Atividade: Atividade 1 - Ação 1, 2 e 3
Disciplina: Plano de Ação Coletivo 3
Professores: Tiago Venturi e Graziela Gomes Stein Teixeira
Pós-graduanda: Lisandra Inês Herpich
Unidade Escolar: Escola de Educação Básica Luiz Delfino



Formação continuada de professores: uma proposta de trabalho em rede

           
            Inicialmente, cabe contextualizar, de maneira sucinta, a trajetória do grupo de formação da Escola de Educação Básica (EEB) Luiz Delfino, na Especialização em Educação na Cultura Digital, que é composto por cinco integrantes. Em 2014, no início do curso, a configuração do grupo, em relação à área de atuação, estava constituído da seguinte maneira: Carla Bertoluci e Valdecir Rautenberg, professores das disciplinas de Língua Portuguesa e Geografia, respectivamente; Antônio Bernardi, com formação em Filosofia, no cargo de Diretor Geral; Raphael Costa, com formação em Educação Física, atuando na função de Professor Orientador de Convivência; e Lisandra Herpich, com formação em Língua Portuguesa, atuando no NTE (Núcleo de Tecnologias Educacionais).
Em 2015, mais especificamente no reinício das aulas da referida especialização, a configuração do grupo de formação em relação à área de atuação sofreu alterações, sendo que: o professor Valdecir está na função de Assessor de Direção, o Diretor Antônio assumiu a Direção Geral de outra Unidade Escolar, e o professor Raphael, também atuando em outra escola.
A participação nos Núcleos Específicos (NE), conforme formação e/ou atuação, está estruturada da seguinte forma: Antônio, Núcleo Específico em Gestão; Carla, Núcleo Específico em Aprendizagem de Língua Portuguesa no Ensino Médio e TDIC; Lisandra, Núcleo Específico em Formação de Educadores na Cultura Digital, Raphael, Núcleo Específico em Educação Física e TDIC; e Valdecir, Núcleo Específico em Aprendizagem de Geografia no Ensino Fundamental e TDIC.
Assim, considerando a nova configuração e que cada integrante do grupo participa de um Núcleo Específico, a partir da discussão com o grupo de formação, foi deliberado que as atividades do Plano de Ação Coletivo 3 (PLAC 3) estarão fundamentadas em práticas já realizadas durante o desenvolvimento do curso no ano de 2015, fazendo com que  se tornem base para encaminhamentos futuros.
A partir do que foi discutido pelo grupo de formação e na busca de integrar este trabalho com o que está sendo desenvolvido no Núcleo Específico, emerge a proposta de apresentar a experiência da formação continuada de professores, realizada na EEB Luiz Delfino.
            Os conhecimentos construídos, as reflexões suscitadas, os dados levantados e as ações desenvolvidas nas disciplinas iniciais Núcleo de Base 1 e 2 (NB1 e 2) e PLAC 1 e 2, da Especialização em Educação na Cultura Digital, bem como a experiência profissional de cada integrante do grupo de formação, foram fatores que impulsionaram a proposição da formação continuada.
            Assim, mesmo durante o período em que a referida especialização esteve suspensa, o grupo de formação deu continuidade ao diálogo e ao trabalho em rede, culminando num curso para os profissionais da Unidade Escolar.
            Primeiramente, durante uma reunião pedagógica, no dia 15/04/15, após o grupo de formação ter compartilhado, com os demais professores da escola, experiências concretizadas com o uso pedagógico do celular na sala de aula, foi proposto um curso e realizado um levantamento de dados sobre os interesses e dúvidas dos professores e equipe gestora em relação às tecnologias.
            Após análise dos dados, foi elaborado o projeto de formação continuada de Introdução à Educação Digital, vinculado ao ProInfo Integrado (Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional), com carga horária de 60 horas, sendo 24 horas presenciais (6 encontros) e 36 horas a distância. A proposta inicial do ProInfo para o referido curso foi ampliada, sendo acrescidas temáticas para atender a demanda, de acordo com o levantamento realizado.
O desenvolvimento do curso se deu na Sala de Tecnologias Educacionais da escola e teve como objetivo geral contribuir para a formação continuada de profissionais da educação, buscando familiarizá-los, motivá-los e prepará-los para a utilização dos recursos mais usuais (sistema operacional Linux), da internet, do celular e outros recursos tecnológicos, bem como levando-os a refletir sobre as tecnologias digitais nos diversos momentos da vida, da sociedade e da prática pedagógica e favorecendo ações para a integração das TDIC ao currículo.
O curso ocorreu de 30/05 a 24/07/15, sendo os encontros aos sábados (30.05, 15/06 e 30/06) e também no período de recesso escolar dos alunos (23 e 24/07), totalizando 06 encontros presenciais. Foram abertas 20 vagas para inscrição por adesão, sendo que 18 professores se inscreveram, 16 compareceram ao primeiro encontro e 9 concluíram o curso. Os profissionais que atuaram como formadores foram os integrantes do grupo de formação, multiplicadoras do NTE e o professor da Sala de Tecnologias Educacionais que atua no período diurno.
A integração dos profissionais da Unidade Escolar, componentes do grupo de formação, o professor da Sala de Tecnologias Educacionais e multiplicadores do NTE estimulou o desenvolvimento do trabalho em rede, no qual convergiram, além de conhecimentos de diferentes áreas, diversas experiências e vivências relativas à formação e atuação de cada profissional envolvido.
Para Almeida, Valente e Kuin (2014, site, grifo dos autores), “aprender em rede é, antes de tudo, estabelecer conexões entre pessoas que tecem juntas um “produto” que é fruto da interação, da contribuição e do entendimento que cada um pode desenvolver de forma não estabelecida a priori.”
            Pondera-se que a referida formação continuada foi fortalecida, pois partiu de temáticas de interesse dos docentes, conforme levantamento de dados inicial, e teve como locus o contexto escolar, local de atuação desses profissionais. Nesse viés, Ramos, Cavellucci e Engelmann (2015, site, grifo das autoras) apontam que:

o lugar da formação continuada precisa ser a escola, sendo papel do(a) formador(a) promover a organização de reflexões coletivas. Tais reflexões não devem incidir somente sobre os resultados das práticas, mas também devem contemplar todo o ciclo da ação didática, desde o planejamento, passando pelo registro da execução, pela reflexão crítica, pela avaliação, até a socialização dos resultados.

No sentido apontado pelos autores, vale ressaltar que o curso levou subsídios teóricos e práticos, sendo que as temáticas versaram principalmente sobre: as tecnologias digitais na sociedade e na escola; elaboração e edição de textos; apresentação de slides; armazenamento em nuvem, levantamento de dados e avaliação online; navegação e pesquisa na rede; cooperação e interação na rede; e trabalho com áudio, vídeo e imagem com o uso do celular.
A partir das temáticas do curso e do contexto de atuação de cada um dos participantes, os professores desenvolveram projetos de aprendizagem com o uso das TDIC em sala de aula e na gestão escolar. Esses projetos foram elaborados e executados, individualmente ou em duplas, e os resultados socializados com os colegas no último encontro e também compartilhados na ferramenta “Portfólio”, do Ambiente Colaborativo de Aprendizagem e-Proinfo.
Buscou-se, ao longo do curso, possibilitar uma formação pautada na participação ativa e crítica dos professores, participantes da formação. Concorda-se com Imbernón (2010, p. 81), que propõe que o professor seja sujeito da formação e não objeto. Conforme o autor “a mudança, no futuro da formação continuada, passa pela atitude dos professores de assumirem a condição de serem sujeitos da formação, intersujeitos com seus colegas, em razão de aceitarem uma identidade pessoal e profissional”.
Deste modo, menciona-se a relevância da formação continuada e do trabalho pedagógico possuírem foco na valorização do diálogo entre os saberes dos envolvidos no processo educativo. Ramos, Cavellucci e Engelmann (2015, site, grifo das autoras) destacam que:
os projetos de formação precisam recriar o diálogo aberto e profícuo entre professores(as) e formadores(as). Diálogo esse tão necessário para que os(as) professores(as) reconstruam sua identidade profissional na medida em que se reconheçam como sujeitos protagonistas de sua prática e da cultura.

Nesse sentido, a formação continuada pode surgir como uma oportunidade de reflexão entre os pares, de promoção de encontros (presenciais e virtuais) e de mobilização de vários saberes. Entende-se que a formação continuada de professores precisa contemplar e estimular a integração dos saberes dos profissionais que compõe o contexto escolar. Tardif (2011, p. 262) considera que “os saberes profissionais dos professores são variados e heterogêneos” em três sentidos:
Em primeiro lugar, eles [os saberes] provêm de diversas fontes. Em seu trabalho, um professor se serve de sua cultura pessoal, que provém de sua história de vida e de sua cultura escolar anterior; ele também se apoia em certos conhecimentos disciplinares adquiridos na universidade, assim como em certos conhecimentos didáticos e pedagógicos oriundos de sua formação profissional; ele se apoia também naquilo que podemos chamar de conhecimentos curriculares veiculados pelos programas, guias e manuais escolares; ele se baseia em seu próprio saber ligado à experiência de trabalho, na experiência de certos professores e em tradições peculiares ao ofício do professor. Os saberes [...] não formam um repertório de conhecimentos unificado [...] eles são antes, ecléticos e sincréticos. [...] os professores, na ação, no trabalho procuram atingir diferentes tipos de objetivos cuja realização não exige os mesmos tipos de conhecimento, de competência ou de aptidão. (TARDIF, 2011, p. 262 – 263)

Em suma, diante do exposto, pondera-se que o curso realizado na Unidade Escolar, propiciou avanços no sentido de: suscitar encontros, diálogos e reflexões sobre as TDIC no contexto escolar e no cotidiano, mobilizar vários saberes. A seguir, alguns trechos das avaliações dos participantes do curso: “boa interação das pessoas durante o curso, contribuindo na troca de experiência e socialização entre os cursistas e os professores que regeram o curso”; “consegui tirar muitas dúvidas referente a internet e como utilizá-la no dia a dia”; “aprendi muito com a interação com o grupo! Mas principalmente com as práticas apresentadas [...] como utilizar [as tecnologias] no meu dia a dia”; “as modalidades apresentadas e ensinadas para nós serão úteis para  que possamos melhorar a qualidade de nossa prática de ensino em nossas aulas”; “Adorei cada trabalho dado e pelo pouco mais de conhecimento que já venho aplicando no meu dia a dia em sala.”; “Para alguns este foi um primeiro passo. Outros já não têm mais tanta dificuldade, já usam [as tecnologias] no dia a dia, mas ainda vieram buscar algo novo”.
Dois participantes avaliam que “deveriam ter sido mais horas de curso, porque teve bastante conteúdo, mas alguns assuntos passaram um pouco rápido.”; “carga horária, pouco tempo para aprender.” Considera-se que este seja um desafio a ser vencido na formação continuada como um todo: a necessidade de políticas públicas que garantam maior espaço para a formação em serviço; a necessidade de inclusão, no calendário escolar, no período de trabalho do professor (não para além da jornada de trabalho), de momentos que oportunizem cursos para a integração das TDIC ao currículo.
A notícia sobre a realização do curso foi divulgada no blog da escola e também no site da Secretaria de Estado da Educação (Disponível em: <http://www.sed.sc.gov.br/secretaria/noticias/6582-lisandra-herpich-e-ana-cristina-scherer-sdr-blumenau>. Acesso em: 20 nov. 2015).
Por fim, o curso de Especialização em Educação na Cultura Digital “quer se constituir num diálogo ativo na busca por mudanças de paradigma na educação”, bem como quer oferecer “uma formação apoiada no compartilhamento de experiências que exploram, demonstram e analisam as possibilidades criativas da integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) aos currículos escolares.” (Brasil/MEC, site, s/d). Assim, ao lançar o olhar para as experiências de integração da TDIC já desenvolvidas na escola e, ainda, levando em conta os projetos vindouros, pondera-se que o grupo de formação tem concentrado esforços, buscado alternativas, superado desafios e efetivado ações para contemplar o que está sendo proposto pela especialização.


REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; VALENTE José Armando; KUIN, Silene. Tópico VII: aprender em rede. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; VALENTE José Armando; KUIN, Silene. Núcleo de Base 1. Disponível em: <http://e-proinfo.mec.gov.br/eproinfo/storage/modulos/384/57373/nucleo_de_base_1/topico-vii.html>. Acesso em: 17 out. 2014.
BRASIL. Ministério da Educação. Curso de Especialização em Educação na Cultura Digital. Disponível em: <http://educacaonaculturadigital.mec.gov.br >. Acesso em: 18 nov. 2015.

IMBERNÓN, Francisco. Formação continuada de professores. Porto Alegre: Artmed, 2010.

TARDIF Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2011 [2002].Você marcou isto com +1 publicamente. Desfazer

RAMOS, Edla Maria Faust; CAVELLUCCI , Lia Cristina Barata; ENGELMANN, Célia Reichert.  Núcleo Específico: Formação de Educadores na Cultura Digital. Especialização em Educação na Cultura Digital. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, Santa Catarina. Disponível em: < http://catalogo.educacaonaculturadigital.mec.gov.br/site/hypermedias/6>. Acesso em: 30 o
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO NA CULTURA DIGITAL
Atividade: Ação 1, 2 e 3.
Disciplina: PLAC3
Pós-graduando(a): Raphael Allonso Pereira da Costa
Unidade Escolar: Escola de Educação Básica Luiz Delfino

           
            Nesta proposta, apresento aos alunos algumas formas diferenciadas para aprendizagem de regras, movimentos, fundamentos e ações dentro das modalidades esportivas trabalhadas durante o ano letivo. Utilizo vídeos onde os alunos podem compreender a mecânica de jogos (futsal, futebol, voleibol, basquetebol, handebol, atletismo, entre outros esportes) como, suas regras, funções de cada atleta e assim pode-se ter uma noção melhor de cada esporte.
            Com as aulas diferenciadas, com a utilização da sala informatizada, pude perceber que os alunos conseguiram perceber os gestos técnicos da modalidade de basquetebol, por exemplo, podendo colocar em prática estes movimentos com uma técnica melhor do que quando apresentei os mesmos gestos da forma “normal”, na quadra de esportes.
            Além dos alunos assistirem aos movimentos da modalidade, pedi para que eles fossem à quadra de esportes para realizar as atividades de aprendizagem dos movimentos em duplas. Pedi para que um aluno realizasse as atividades e o outro aluno utilizasse seu celular para gravar os movimentos e que esta gravação fosse utilizada como feedback a fim de percepção e melhoria na execução desses gestos técnicos.
            Ao avaliar esta atividade, conclui que os alunos conseguiram obter um avanço nas execuções e que os próprios alunos estavam auxiliando uns aos outros pois puderam perceber os erros e acerto dos gestos através das gravações de vídeos que foram realizadas.



ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO NA CULTURA DIGITAL
UFSC/MEC/SED-SC/UNDIME


Atividade 1: Organizar, realizar e avaliar – Ação 1,2 e 3
Pós-graduando: Valdecir Rogério Rautenberg




 Análise de Condições Climáticas Com o Uso do Celular em Sala de Aula Para Acompanhamento e Prevenção de Desastres Naturais em Blumenau e Região.




               Vivemos numa região sempre sujeita às anomalias das condições climáticas e de uma topografia que agrava as condições favoráveis aos desastres naturais como enchentes, vendavais e deslizamentos de terra. Portanto, qualquer ação pedagógica que possa orientar e preparar o educando para identificar, interpretar e multiplicar as informações para a diminuição dos efeitos das intempéries e, assim, diminuir também os prejuízos que causam, é relevante.
               Além de oportunizar o uso do celular para o trabalho com ferramentas já disponíveis na internet e que, via de regra, são desconhecidas pela maioria dos alunos. Assim, incentivando o acesso à sites especializados como CPTEC –INPE (http://www.cptec.inpe.br) , ou CEOPS/FURB ou ainda o ALERTABLU, pode-se deixar os alunos melhor preparados para compreender as capacidades e os limites da comunidade em que mora, interpretando cotas e acessando abrigos e órgãos de defesa civil entre outras.
              O trabalho possibilita uma intervenção interdisciplinar uma vez que pode ser utilizado em qualquer disciplina em diferentes abordagens desde interpretações artísticas, treinamentos e/ou pesquisas e produções técnico-científicas, desenvolvimento, interpretação e armazenamento de dados e informações em mídias de diversos tipos. Além de resultar em um cidadão mais capacitado (tantos professores quanto estudantes) para reagir em caso de acidente natural quanto à prevenção e reação.
               Resultará numa Escola cujos integrantes tenham ciência do processo de reação em caso de enchentes (nossa escola é periodicamente atingida), de prevenção de deslizamentos e orientações em caso de chuvas intensas (a maioria de nossos alunos e funcionários mora em regiões altas da cidade) e ainda, socializante dos recursos disponíveis como abrigos, secretarias municipais, cotas de enchente para as ruas da cidade, distribuição de donativos e materiais de reconstrução. Uma Escola em que as tecnologias trabalharão em favor não só do conhecimento para a vida mas também, pelo bem estar e sobrevivência            
                Muitos professores orbitam em torno de suas disciplinas e raramente interessam-se em ampliar o leque de informações e conhecimentos imaginando não ser de sua alçada ou ainda, respeitando o espaço de seu colega de trabalho ou mesmo sentindo-se incapacitado para atuar com o tema. Quando se socializam as capacidades tecnológicas e seus usos para o bem comum, utilizando os recursos já disponíveis, não há como não haver crescimento individual no coletivo. Cada qual deve ter a capacidade de adaptação e de integração com o outro e com as TDICs e deve manter-se acessível às mudanças que a sociedade exige e perpetua.   
               Para realizar a atividade descrita na ação 1, antes de mais nada foi preciso planejar cuidadosamente para que, dentro de uma realidade comum aos educandos, trabalhássemos um tema motivador, contemporâneo e que tivesse relevância e correlação com os conteúdos abordados em sala de aula. Atuando conjuntamente com alunos e professores parceiros, buscando pela interdisciplinaridade, propusemos ações que oferecessem oportunidades de interação para diversas disciplinas. Elaborado um cronograma, passamos a distribuir as atividades de modo que cada aluno pudesse perceber que sua parte no processo cooperava com o todo.
               Trabalhar com a Geografia é especialmente gratificante quando ela oferece muitas variáveis e interpretações sobre um mesmo tema e, ainda, uma leitura de mundo que ao mesmo tempo é particular e formadora de uma concepção coletiva. Estudar um conceito permite ao estudante formular diversas opiniões e reelaborá-las ao longo do processo, enquanto adquire mais dados sobre o mesmo em diversas fontes, incluindo a socialização em sala de aula, mediada pelo professor e que, pode ou não atingir um denominador comum.
               Muitos são os empecilhos que tornam a caminhada difícil quanto se trata de dinamizar o processo ensino-aprendizagem uma vez que, alunos e professores planejam atividades inovadoras com o uso das tecnologias, mas a estrutura oferecida seja física ou burocrática, atrasa ou impossibilita ações e reações. Também no nosso caso, o trabalho apresentou pequenos mas significativos obstáculos como aulas muito curtas que interrompiam processos, alunos faltantes, resistência por parte de professores para cooperarem com o projeto, entre outros.
               Vale também registrar que o celular como ferramenta pedagógica precisa ser utilizado sempre que possível e que, quando ele se tornar empecilho às aulas deve ser posto de lado porque se torna, via de regra, um elemento que dispersa a atenção dos objetivos propostos em sala. É preciso muita coerência por parte da comunidade escolar para este tema. Felizmente, a Escola de Educação Básica Luiz Delfino, dispõe de uma gama muito diversificada quando se trata de TDICs em quase todos os ambientes, possibilitando aos professores a não dependência do celular, apenas.
               Analisando coletivamente nossa atuação, entendo que o grande sucesso de uma atividade seja ela com TDICs ou não, é quando ela chama a atenção dos demais e, paralelamente, incentiva a cooperação na ação ou até, inspira alunos e professores de outras disciplinas ou anos (séries) a praticarem trabalhos semelhantes. Cada atividade proposta aos alunos deve oportunizar aos mesmos alguma satisfação, seja por ter sido considerada relevante, seja porque descobriu um talento, uma possibilidade ou capacidade que o educando desenvolveu. Com relação ao uso do celular para a percepção, estudo, desenvolvimento de trabalhos de prevenção com a análise dos fatores climáticos em Blumenau, o tema foi bem relevante e emocionou tanto aos mestres quanto aos educandos.     
               Parece-me justo iniciar a avaliação dos avanços alcançados abordando inicialmente meu crescimento pessoal quanto à percepção do uso das TDICs na Escola, nas atividades em sala de aula ou em campo e nas possibilidades que ela oferece, desmistificando a rejeição que eu tinha de parte delas (celular por exemplo). A Escola ainda precisa quebrar alguns paradigmas em relação ao uso das TDICs mas também, é importante não exagerar tornando o ato de ensinar, uma “farra tecnológica” apenas. A tecnologia é mais atrativa para a nova geração enquanto que velhos hábitos costumam permear a atuação de muitos professores, criando não uma rejeição, mas certamente um “adiamento” quanto mais longo melhor para muitos deles.
               Entendo que muitas ferramentas disponíveis hoje e que os alunos possuem, podem sim transformar-se numa ferramenta de leitura desse mundo novo que hora se apresenta, não para uma geração específica, mas para todos nós. Podemos até não adquirir esse ou aquele objeto, mas é preciso que não o ignoremos pois ele está nas mãos de quem espera de nós, conhecimento, mediação. Assim, urge que compreendamos que temos que ser também, segundo nossas capacidades, mediadores do uso das tecnologias, aprender com elas e com suas possibilidades e tornar o estudo atrativo e significativo para alunos e também para nós professores.
               Quanto aos desafios que o Governo, a Escola, professores e alunos e a comunidade em que se inserem tem pela frente, o mais urgente é adaptar o trabalho, a estrutura, as capacitações dos envolvidos à velocidade com que as TDICs se impõem sobre o cotidiano das famílias e por conseqüência das instituições de ensino. Precisamos também democratizar o acesso observando que não são todos que tem acesso ao mesmo nível tecnológico, ao mesmo alcance ou velocidade das informações e ainda, a profissionais capacitados para integrar e interagir satisfatoriamente com as TDICs. Analisando cada aspecto da implantação das TDICs no cotidiano escolar, percebe-se que elas vem sendo incorporadas ao longo dos anos discretamente, enquanto eram consideradas ferramentas de mero apoio pedagógico. No entanto hoje, elas podem deixar para trás o livro, o giz e até professores, caso se investisse maciçamente nesse setor. O grande desafio de hoje é caminhar de modo a permitir que se avance sem perder ao longo do caminho nenhuma parte essencial do ensinar e do aprender.
               Na capacitação oferecida por nosso grupo em nossa escola (publicada no blog da escola), percebemos o quão carente está a maioria dos professores no que se refere a atualização em relação às TDICs. Então, podemos concluir que além de tentar acompanhar a tecnologia reconhecendo sua importância é preciso capacitar-se sempre, para não perdermos a capacidade de integrar, interagir e intervir no uso das mesmas.  Para tanto, todos os setores devem planejar juntos um ano letivo em que não nos atrasemos nem com o tradicional e nem com a inovação.
               Na atividade realizada com os alunos, aprendemos que as tecnologias (o celular nesse caso) além de ampliar o horizonte de informações disponíveis aos educandos, possibilitam uma leitura individual e coletiva do mundo quando com imagens, sons e textos, podemos usá-la para o nosso benefício. Ler e reler a realidade em que se vive permite entender os fenômenos naturais, culturais, econômicos e antropológicos aos quais estamos sujeitos e, assim, repensar nossos passos socializando nossas opiniões e partilhando de cada vez mais leituras e releituras.
               Inconvenientes como mudanças na função, transferências para outra Escola, desistência de participantes da Especialização, horários que não coincidem para realizar o planejamento e as atividades desestimulam e tornam a caminhada mais difícil, porém com certeza, no final, terá valido a pena porque cresceremos como professores e como portadores de uma cultura digital mais apurada e dinâmica.
               É possível introduzir as tecnologias na vida escolar desde que haja coerência, responsabilidade e capacidade de atuação. A Escola há muito deixou de ser interessante para nosso(a) aluno(a) e as TDICs surgem como uma possibilidade de resgate da importância da aquisição do conhecimento para o crescimento do sujeito e da sociedade por conseguinte. Mas não pode ficar apenas nas mãos do professor essa tarefa, antes é preciso que ele seja capacitado, instrumentalizado e motivado a carregar mais essa carga, dando-lhe condições de estar tecnológica e culturalmente preparado para atuar sem o constrangimento de não saber por não possuir determinada tecnologia em casa ou na Escola.