Matrículas Abertas

Matrículas Abertas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO NA CULTURA DIGITAL
UFSC/MEC/SED-SC/UNDIME


Atividade: Atividade 1 - Ação 1, 2 e 3
Disciplina: Plano de Ação Coletivo 3
Professores: Tiago Venturi e Graziela Gomes Stein Teixeira
Pós-graduanda: Lisandra Inês Herpich
Unidade Escolar: Escola de Educação Básica Luiz Delfino



Formação continuada de professores: uma proposta de trabalho em rede

           
            Inicialmente, cabe contextualizar, de maneira sucinta, a trajetória do grupo de formação da Escola de Educação Básica (EEB) Luiz Delfino, na Especialização em Educação na Cultura Digital, que é composto por cinco integrantes. Em 2014, no início do curso, a configuração do grupo, em relação à área de atuação, estava constituído da seguinte maneira: Carla Bertoluci e Valdecir Rautenberg, professores das disciplinas de Língua Portuguesa e Geografia, respectivamente; Antônio Bernardi, com formação em Filosofia, no cargo de Diretor Geral; Raphael Costa, com formação em Educação Física, atuando na função de Professor Orientador de Convivência; e Lisandra Herpich, com formação em Língua Portuguesa, atuando no NTE (Núcleo de Tecnologias Educacionais).
Em 2015, mais especificamente no reinício das aulas da referida especialização, a configuração do grupo de formação em relação à área de atuação sofreu alterações, sendo que: o professor Valdecir está na função de Assessor de Direção, o Diretor Antônio assumiu a Direção Geral de outra Unidade Escolar, e o professor Raphael, também atuando em outra escola.
A participação nos Núcleos Específicos (NE), conforme formação e/ou atuação, está estruturada da seguinte forma: Antônio, Núcleo Específico em Gestão; Carla, Núcleo Específico em Aprendizagem de Língua Portuguesa no Ensino Médio e TDIC; Lisandra, Núcleo Específico em Formação de Educadores na Cultura Digital, Raphael, Núcleo Específico em Educação Física e TDIC; e Valdecir, Núcleo Específico em Aprendizagem de Geografia no Ensino Fundamental e TDIC.
Assim, considerando a nova configuração e que cada integrante do grupo participa de um Núcleo Específico, a partir da discussão com o grupo de formação, foi deliberado que as atividades do Plano de Ação Coletivo 3 (PLAC 3) estarão fundamentadas em práticas já realizadas durante o desenvolvimento do curso no ano de 2015, fazendo com que  se tornem base para encaminhamentos futuros.
A partir do que foi discutido pelo grupo de formação e na busca de integrar este trabalho com o que está sendo desenvolvido no Núcleo Específico, emerge a proposta de apresentar a experiência da formação continuada de professores, realizada na EEB Luiz Delfino.
            Os conhecimentos construídos, as reflexões suscitadas, os dados levantados e as ações desenvolvidas nas disciplinas iniciais Núcleo de Base 1 e 2 (NB1 e 2) e PLAC 1 e 2, da Especialização em Educação na Cultura Digital, bem como a experiência profissional de cada integrante do grupo de formação, foram fatores que impulsionaram a proposição da formação continuada.
            Assim, mesmo durante o período em que a referida especialização esteve suspensa, o grupo de formação deu continuidade ao diálogo e ao trabalho em rede, culminando num curso para os profissionais da Unidade Escolar.
            Primeiramente, durante uma reunião pedagógica, no dia 15/04/15, após o grupo de formação ter compartilhado, com os demais professores da escola, experiências concretizadas com o uso pedagógico do celular na sala de aula, foi proposto um curso e realizado um levantamento de dados sobre os interesses e dúvidas dos professores e equipe gestora em relação às tecnologias.
            Após análise dos dados, foi elaborado o projeto de formação continuada de Introdução à Educação Digital, vinculado ao ProInfo Integrado (Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional), com carga horária de 60 horas, sendo 24 horas presenciais (6 encontros) e 36 horas a distância. A proposta inicial do ProInfo para o referido curso foi ampliada, sendo acrescidas temáticas para atender a demanda, de acordo com o levantamento realizado.
O desenvolvimento do curso se deu na Sala de Tecnologias Educacionais da escola e teve como objetivo geral contribuir para a formação continuada de profissionais da educação, buscando familiarizá-los, motivá-los e prepará-los para a utilização dos recursos mais usuais (sistema operacional Linux), da internet, do celular e outros recursos tecnológicos, bem como levando-os a refletir sobre as tecnologias digitais nos diversos momentos da vida, da sociedade e da prática pedagógica e favorecendo ações para a integração das TDIC ao currículo.
O curso ocorreu de 30/05 a 24/07/15, sendo os encontros aos sábados (30.05, 15/06 e 30/06) e também no período de recesso escolar dos alunos (23 e 24/07), totalizando 06 encontros presenciais. Foram abertas 20 vagas para inscrição por adesão, sendo que 18 professores se inscreveram, 16 compareceram ao primeiro encontro e 9 concluíram o curso. Os profissionais que atuaram como formadores foram os integrantes do grupo de formação, multiplicadoras do NTE e o professor da Sala de Tecnologias Educacionais que atua no período diurno.
A integração dos profissionais da Unidade Escolar, componentes do grupo de formação, o professor da Sala de Tecnologias Educacionais e multiplicadores do NTE estimulou o desenvolvimento do trabalho em rede, no qual convergiram, além de conhecimentos de diferentes áreas, diversas experiências e vivências relativas à formação e atuação de cada profissional envolvido.
Para Almeida, Valente e Kuin (2014, site, grifo dos autores), “aprender em rede é, antes de tudo, estabelecer conexões entre pessoas que tecem juntas um “produto” que é fruto da interação, da contribuição e do entendimento que cada um pode desenvolver de forma não estabelecida a priori.”
            Pondera-se que a referida formação continuada foi fortalecida, pois partiu de temáticas de interesse dos docentes, conforme levantamento de dados inicial, e teve como locus o contexto escolar, local de atuação desses profissionais. Nesse viés, Ramos, Cavellucci e Engelmann (2015, site, grifo das autoras) apontam que:

o lugar da formação continuada precisa ser a escola, sendo papel do(a) formador(a) promover a organização de reflexões coletivas. Tais reflexões não devem incidir somente sobre os resultados das práticas, mas também devem contemplar todo o ciclo da ação didática, desde o planejamento, passando pelo registro da execução, pela reflexão crítica, pela avaliação, até a socialização dos resultados.

No sentido apontado pelos autores, vale ressaltar que o curso levou subsídios teóricos e práticos, sendo que as temáticas versaram principalmente sobre: as tecnologias digitais na sociedade e na escola; elaboração e edição de textos; apresentação de slides; armazenamento em nuvem, levantamento de dados e avaliação online; navegação e pesquisa na rede; cooperação e interação na rede; e trabalho com áudio, vídeo e imagem com o uso do celular.
A partir das temáticas do curso e do contexto de atuação de cada um dos participantes, os professores desenvolveram projetos de aprendizagem com o uso das TDIC em sala de aula e na gestão escolar. Esses projetos foram elaborados e executados, individualmente ou em duplas, e os resultados socializados com os colegas no último encontro e também compartilhados na ferramenta “Portfólio”, do Ambiente Colaborativo de Aprendizagem e-Proinfo.
Buscou-se, ao longo do curso, possibilitar uma formação pautada na participação ativa e crítica dos professores, participantes da formação. Concorda-se com Imbernón (2010, p. 81), que propõe que o professor seja sujeito da formação e não objeto. Conforme o autor “a mudança, no futuro da formação continuada, passa pela atitude dos professores de assumirem a condição de serem sujeitos da formação, intersujeitos com seus colegas, em razão de aceitarem uma identidade pessoal e profissional”.
Deste modo, menciona-se a relevância da formação continuada e do trabalho pedagógico possuírem foco na valorização do diálogo entre os saberes dos envolvidos no processo educativo. Ramos, Cavellucci e Engelmann (2015, site, grifo das autoras) destacam que:
os projetos de formação precisam recriar o diálogo aberto e profícuo entre professores(as) e formadores(as). Diálogo esse tão necessário para que os(as) professores(as) reconstruam sua identidade profissional na medida em que se reconheçam como sujeitos protagonistas de sua prática e da cultura.

Nesse sentido, a formação continuada pode surgir como uma oportunidade de reflexão entre os pares, de promoção de encontros (presenciais e virtuais) e de mobilização de vários saberes. Entende-se que a formação continuada de professores precisa contemplar e estimular a integração dos saberes dos profissionais que compõe o contexto escolar. Tardif (2011, p. 262) considera que “os saberes profissionais dos professores são variados e heterogêneos” em três sentidos:
Em primeiro lugar, eles [os saberes] provêm de diversas fontes. Em seu trabalho, um professor se serve de sua cultura pessoal, que provém de sua história de vida e de sua cultura escolar anterior; ele também se apoia em certos conhecimentos disciplinares adquiridos na universidade, assim como em certos conhecimentos didáticos e pedagógicos oriundos de sua formação profissional; ele se apoia também naquilo que podemos chamar de conhecimentos curriculares veiculados pelos programas, guias e manuais escolares; ele se baseia em seu próprio saber ligado à experiência de trabalho, na experiência de certos professores e em tradições peculiares ao ofício do professor. Os saberes [...] não formam um repertório de conhecimentos unificado [...] eles são antes, ecléticos e sincréticos. [...] os professores, na ação, no trabalho procuram atingir diferentes tipos de objetivos cuja realização não exige os mesmos tipos de conhecimento, de competência ou de aptidão. (TARDIF, 2011, p. 262 – 263)

Em suma, diante do exposto, pondera-se que o curso realizado na Unidade Escolar, propiciou avanços no sentido de: suscitar encontros, diálogos e reflexões sobre as TDIC no contexto escolar e no cotidiano, mobilizar vários saberes. A seguir, alguns trechos das avaliações dos participantes do curso: “boa interação das pessoas durante o curso, contribuindo na troca de experiência e socialização entre os cursistas e os professores que regeram o curso”; “consegui tirar muitas dúvidas referente a internet e como utilizá-la no dia a dia”; “aprendi muito com a interação com o grupo! Mas principalmente com as práticas apresentadas [...] como utilizar [as tecnologias] no meu dia a dia”; “as modalidades apresentadas e ensinadas para nós serão úteis para  que possamos melhorar a qualidade de nossa prática de ensino em nossas aulas”; “Adorei cada trabalho dado e pelo pouco mais de conhecimento que já venho aplicando no meu dia a dia em sala.”; “Para alguns este foi um primeiro passo. Outros já não têm mais tanta dificuldade, já usam [as tecnologias] no dia a dia, mas ainda vieram buscar algo novo”.
Dois participantes avaliam que “deveriam ter sido mais horas de curso, porque teve bastante conteúdo, mas alguns assuntos passaram um pouco rápido.”; “carga horária, pouco tempo para aprender.” Considera-se que este seja um desafio a ser vencido na formação continuada como um todo: a necessidade de políticas públicas que garantam maior espaço para a formação em serviço; a necessidade de inclusão, no calendário escolar, no período de trabalho do professor (não para além da jornada de trabalho), de momentos que oportunizem cursos para a integração das TDIC ao currículo.
A notícia sobre a realização do curso foi divulgada no blog da escola e também no site da Secretaria de Estado da Educação (Disponível em: <http://www.sed.sc.gov.br/secretaria/noticias/6582-lisandra-herpich-e-ana-cristina-scherer-sdr-blumenau>. Acesso em: 20 nov. 2015).
Por fim, o curso de Especialização em Educação na Cultura Digital “quer se constituir num diálogo ativo na busca por mudanças de paradigma na educação”, bem como quer oferecer “uma formação apoiada no compartilhamento de experiências que exploram, demonstram e analisam as possibilidades criativas da integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) aos currículos escolares.” (Brasil/MEC, site, s/d). Assim, ao lançar o olhar para as experiências de integração da TDIC já desenvolvidas na escola e, ainda, levando em conta os projetos vindouros, pondera-se que o grupo de formação tem concentrado esforços, buscado alternativas, superado desafios e efetivado ações para contemplar o que está sendo proposto pela especialização.


REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; VALENTE José Armando; KUIN, Silene. Tópico VII: aprender em rede. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; VALENTE José Armando; KUIN, Silene. Núcleo de Base 1. Disponível em: <http://e-proinfo.mec.gov.br/eproinfo/storage/modulos/384/57373/nucleo_de_base_1/topico-vii.html>. Acesso em: 17 out. 2014.
BRASIL. Ministério da Educação. Curso de Especialização em Educação na Cultura Digital. Disponível em: <http://educacaonaculturadigital.mec.gov.br >. Acesso em: 18 nov. 2015.

IMBERNÓN, Francisco. Formação continuada de professores. Porto Alegre: Artmed, 2010.

TARDIF Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2011 [2002].Você marcou isto com +1 publicamente. Desfazer

RAMOS, Edla Maria Faust; CAVELLUCCI , Lia Cristina Barata; ENGELMANN, Célia Reichert.  Núcleo Específico: Formação de Educadores na Cultura Digital. Especialização em Educação na Cultura Digital. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, Santa Catarina. Disponível em: < http://catalogo.educacaonaculturadigital.mec.gov.br/site/hypermedias/6>. Acesso em: 30 o

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