UFSC/MEC/SED-SC/UNDIME
Atividade 1: Organizar,
realizar e avaliar – Ação 1,2 e 3
Pós-graduando: Valdecir Rogério Rautenberg
Análise de Condições Climáticas Com o Uso do Celular em
Sala de Aula Para Acompanhamento e Prevenção de Desastres Naturais em Blumenau
e Região.
Vivemos
numa região sempre sujeita às anomalias das condições climáticas e de uma
topografia que agrava as condições favoráveis aos desastres naturais como
enchentes, vendavais e deslizamentos de terra. Portanto, qualquer ação
pedagógica que possa orientar e preparar o educando para identificar,
interpretar e multiplicar as informações para a diminuição dos efeitos das
intempéries e, assim, diminuir também os prejuízos que causam, é relevante.
Além de
oportunizar o uso do celular para o trabalho com ferramentas já disponíveis na
internet e que, via de regra, são desconhecidas pela maioria dos alunos. Assim,
incentivando o acesso à sites especializados como CPTEC –INPE
(http://www.cptec.inpe.br) , ou CEOPS/FURB ou ainda o ALERTABLU, pode-se deixar
os alunos melhor preparados para compreender as capacidades e os limites da
comunidade em que mora, interpretando cotas e acessando abrigos e órgãos de
defesa civil entre outras.
O
trabalho possibilita uma intervenção interdisciplinar uma vez que pode ser
utilizado em qualquer disciplina em diferentes abordagens desde interpretações
artísticas, treinamentos e/ou pesquisas e produções técnico-científicas,
desenvolvimento, interpretação e armazenamento de dados e informações em mídias
de diversos tipos. Além de resultar em um cidadão mais capacitado (tantos
professores quanto estudantes) para reagir em caso de acidente natural quanto à
prevenção e reação.
Resultará numa Escola cujos integrantes tenham ciência do processo de
reação em caso de enchentes (nossa escola é periodicamente atingida), de
prevenção de deslizamentos e orientações em caso de chuvas intensas (a maioria
de nossos alunos e funcionários mora em regiões altas da cidade) e ainda,
socializante dos recursos disponíveis como abrigos, secretarias municipais,
cotas de enchente para as ruas da cidade, distribuição de donativos e materiais
de reconstrução. Uma Escola em que as tecnologias trabalharão em favor não só
do conhecimento para a vida mas também, pelo bem estar e sobrevivência
Muitos
professores orbitam em torno de suas disciplinas e raramente interessam-se em
ampliar o leque de informações e conhecimentos imaginando não ser de sua alçada
ou ainda, respeitando o espaço de seu colega de trabalho ou mesmo sentindo-se
incapacitado para atuar com o tema. Quando se socializam as capacidades
tecnológicas e seus usos para o bem comum, utilizando os recursos já
disponíveis, não há como não haver crescimento individual no coletivo. Cada
qual deve ter a capacidade de adaptação e de integração com o outro e com as
TDICs e deve manter-se acessível às mudanças que a sociedade exige e perpetua.
Para realizar a atividade descrita na
ação 1, antes de mais nada foi preciso planejar cuidadosamente para que, dentro
de uma realidade comum aos educandos, trabalhássemos um tema motivador,
contemporâneo e que tivesse relevância e correlação com os conteúdos abordados
em sala de aula. Atuando conjuntamente com alunos e professores parceiros,
buscando pela interdisciplinaridade, propusemos ações que oferecessem
oportunidades de interação para diversas disciplinas. Elaborado um cronograma,
passamos a distribuir as atividades de modo que cada aluno pudesse perceber que
sua parte no processo cooperava com o todo.
Trabalhar com a Geografia é especialmente gratificante quando ela
oferece muitas variáveis e interpretações sobre um mesmo tema e, ainda, uma
leitura de mundo que ao mesmo tempo é particular e formadora de uma concepção
coletiva. Estudar um conceito permite ao estudante formular diversas opiniões e
reelaborá-las ao longo do processo, enquanto adquire mais dados sobre o mesmo
em diversas fontes, incluindo a socialização em sala de aula, mediada pelo
professor e que, pode ou não atingir um denominador comum.
Muitos
são os empecilhos que tornam a caminhada difícil quanto se trata de dinamizar o
processo ensino-aprendizagem uma vez que, alunos e professores planejam
atividades inovadoras com o uso das tecnologias, mas a estrutura oferecida seja
física ou burocrática, atrasa ou impossibilita ações e reações. Também no nosso
caso, o trabalho apresentou pequenos mas significativos obstáculos como aulas
muito curtas que interrompiam processos, alunos faltantes, resistência por
parte de professores para cooperarem com o projeto, entre outros.
Vale
também registrar que o celular como ferramenta pedagógica precisa ser utilizado
sempre que possível e que, quando ele se tornar empecilho às aulas deve ser
posto de lado porque se torna, via de regra, um elemento que dispersa a atenção
dos objetivos propostos em sala. É preciso muita coerência por parte da
comunidade escolar para este tema. Felizmente, a Escola de Educação Básica Luiz
Delfino, dispõe de uma gama muito diversificada quando se trata de TDICs em
quase todos os ambientes, possibilitando aos professores a não dependência do
celular, apenas.
Analisando
coletivamente nossa atuação, entendo que o grande sucesso de uma atividade seja
ela com TDICs ou não, é quando ela chama a atenção dos demais e, paralelamente,
incentiva a cooperação na ação ou até, inspira alunos e professores de outras
disciplinas ou anos (séries) a praticarem trabalhos semelhantes. Cada atividade
proposta aos alunos deve oportunizar aos mesmos alguma satisfação, seja por ter
sido considerada relevante, seja porque descobriu um talento, uma possibilidade
ou capacidade que o educando desenvolveu. Com relação ao uso do celular para a
percepção, estudo, desenvolvimento de trabalhos de prevenção com a análise dos
fatores climáticos em Blumenau, o tema foi bem relevante e emocionou tanto aos
mestres quanto aos educandos.
Parece-me justo iniciar a avaliação dos
avanços alcançados abordando inicialmente meu crescimento pessoal quanto à
percepção do uso das TDICs na Escola, nas atividades em sala de aula ou em
campo e nas possibilidades que ela oferece, desmistificando a rejeição que eu
tinha de parte delas (celular por exemplo). A Escola ainda precisa quebrar
alguns paradigmas em relação ao uso das TDICs mas também, é importante não
exagerar tornando o ato de ensinar, uma “farra tecnológica” apenas. A
tecnologia é mais atrativa para a nova geração enquanto que velhos hábitos
costumam permear a atuação de muitos professores, criando não uma rejeição, mas
certamente um “adiamento” quanto mais longo melhor para muitos deles.
Entendo
que muitas ferramentas disponíveis hoje e que os alunos possuem, podem sim
transformar-se numa ferramenta de leitura desse mundo novo que hora se
apresenta, não para uma geração específica, mas para todos nós. Podemos até não
adquirir esse ou aquele objeto, mas é preciso que não o ignoremos pois ele está
nas mãos de quem espera de nós, conhecimento, mediação. Assim, urge que
compreendamos que temos que ser também, segundo nossas capacidades, mediadores
do uso das tecnologias, aprender com elas e com suas possibilidades e tornar o
estudo atrativo e significativo para alunos e também para nós professores.
Quanto
aos desafios que o Governo, a Escola, professores e alunos e a comunidade em
que se inserem tem pela frente, o mais urgente é adaptar o trabalho, a
estrutura, as capacitações dos envolvidos à velocidade com que as TDICs se
impõem sobre o cotidiano das famílias e por conseqüência das instituições de
ensino. Precisamos também democratizar o acesso observando que não são todos
que tem acesso ao mesmo nível tecnológico, ao mesmo alcance ou velocidade das
informações e ainda, a profissionais capacitados para integrar e interagir
satisfatoriamente com as TDICs. Analisando cada aspecto da implantação das
TDICs no cotidiano escolar, percebe-se que elas vem sendo incorporadas ao longo
dos anos discretamente, enquanto eram consideradas ferramentas de mero apoio
pedagógico. No entanto hoje, elas podem deixar para trás o livro, o giz e até
professores, caso se investisse maciçamente nesse setor. O grande desafio de
hoje é caminhar de modo a permitir que se avance sem perder ao longo do caminho
nenhuma parte essencial do ensinar e do aprender.
Na
capacitação oferecida por nosso grupo em nossa escola (publicada no blog da
escola), percebemos o quão carente está a maioria dos professores no que se
refere a atualização em relação às TDICs. Então, podemos concluir que além de
tentar acompanhar a tecnologia reconhecendo sua importância é preciso
capacitar-se sempre, para não perdermos a capacidade de integrar, interagir e
intervir no uso das mesmas. Para tanto,
todos os setores devem planejar juntos um ano letivo em que não nos atrasemos
nem com o tradicional e nem com a inovação.
Na
atividade realizada com os alunos, aprendemos que as tecnologias (o celular
nesse caso) além de ampliar o horizonte de informações disponíveis aos
educandos, possibilitam uma leitura individual e coletiva do mundo quando com
imagens, sons e textos, podemos usá-la para o nosso benefício. Ler e reler a
realidade em que se vive permite entender os fenômenos naturais, culturais,
econômicos e antropológicos aos quais estamos sujeitos e, assim, repensar
nossos passos socializando nossas opiniões e partilhando de cada vez mais
leituras e releituras.
Inconvenientes
como mudanças na função, transferências para outra Escola, desistência de
participantes da Especialização, horários que não coincidem para realizar o
planejamento e as atividades desestimulam e tornam a caminhada mais difícil,
porém com certeza, no final, terá valido a pena porque cresceremos como
professores e como portadores de uma cultura digital mais apurada e dinâmica.
É
possível introduzir as tecnologias na vida escolar desde que haja coerência,
responsabilidade e capacidade de atuação. A Escola há muito deixou de ser
interessante para nosso(a) aluno(a) e as TDICs surgem como uma possibilidade de
resgate da importância da aquisição do conhecimento para o crescimento do
sujeito e da sociedade por conseguinte. Mas não pode ficar apenas nas mãos do
professor essa tarefa, antes é preciso que ele seja capacitado,
instrumentalizado e motivado a carregar mais essa carga, dando-lhe condições de
estar tecnológica e culturalmente preparado para atuar sem o constrangimento de
não saber por não possuir determinada tecnologia em casa ou na Escola.
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